Taberna Maria do Correio, Alvalade


 



Pois é caros ouvintes, apesar desses malditos troikanos que por aí pupulam, mantivemos acesa a longa tradição do almoço de Páscoa do 12h30 (que vai fazer bodas de madeira!). Com o passar dos anos conseguimos quebrar com o enguiço que tivemos nos primeiros almoços (só me vem à mente o defunto Tejo à Vista :-), e este ano talvez tenha sido um dos melhores! Quando começámos a pensar onde iríamos almoçar, houve desde logo a preocupação de descobrir algum sítio que ainda não tivéssemos ido pois, especialmente nos tempos que correm, não se podem desperdiçar as poucas oportunidades que surgem de se fazer um post. A ideia surgiu da joana, a sininho fez companhia e eu escrevo o post, portanto é um post team building (quase tão eficaz como um Harlem Shake).

A taberna Maria do Correio fica em pleno Bairro de Alvalade, passando perfeitamente despercebida no meio de tantas outras casa comerciais (muitas delas restaurantes) que ainda sobrevivem nas ruas deste bairro. Mas nada como tomar nota do nome da rua e o número da porta para se dar com o local, podendo ser mais preocupante encontrar lugar para estacionar o bólide (não que nos possamos queixar pois encontrámos um lugar quase à porta do restaurante).

Não se assustem (como nós) com a entrada do restaurante, parece que vamos comer encavalitados uns em cima dos outros de tão pequena que é a entrada. Bem... podem não se assustar mas preocupem-se pois pode acontecer caso a sala das traseiras (um bocado mais espaçosa) esteja cheia.


Entrada


A decoração (um menino da lágrima! napperons!), o estuque das paredes, os tectos baixos, o frio das casas do antigamente fazem com que nos sintamos mesmo numa taberna ou, melhor, numa casa de pasto perdida algures numa vila desse Portugal profundo e ostracizado. Tivesse chão de terra batida e pipas de vinho e estávamos lá :-)
  
Sala das traseiras

Decidimos comer entradas e petiscos em vez de um prato formal. Entre as iguarias que comemos figurava um queijo coberto com compota/mel e amêndoas laminadas, morcela com doce de figo, queijo fatiado, ovos com farinheira, alheira grelhada com verdes, mistura fria de cogumelos e chouriço, enchidos às fatias e pão, muito pão. Isto dos petiscos é sempre uma situação de absorção ao contrário. Os pratinhos, as tacinhas e todos os restantes inhos induzem a falsa sensação de que se calhar não vão chegar (especialmente para três pessoas) e portanto diz-se sempre aquela velha frase "pedimos isto e depois logo se vê o que pedimos mais". A realidade é que rapámos os inhos todos e ficámos plenamente satisfeitos. No entanto, ainda deu para meter mais um bocadinho de Rossio na Rua da Betesga. De entre as sobremesas disponíveis, a escolha recaiu sobre torta de laranja e arroz doce. Se a primeira estava boa, a segunda (segundo a joana) estava mesmo no ponto, vindo ainda quente dava a sensação de se estar a comer arroz doce directamente do tacho.

Em suma, o almoço foi um sucesso. A comida, o atendimento, o espaço e (o que poderíamos chamar a cereja no topo do bolo) uma conta final bastante simpática (11€pp) levaram a uma recomendação unânime do restaurante (e olhem que unanimidade entre os três nem sempre é fácil).


Taberna Maria do Correio

FB
Horário: 3ª a Sáb 12h00 às 15h00 | 19h00 às 22h00
Domingos das 12h00 às 15h00 | Encerramento: Segunda
Rua Acácio Paiva 5 D
1700-003 Lisboa


Comentários

Vanessa disse…
Eu fui à Taberna Maria do Correio com umas amigas numa sexta-feira há cerca de 2 meses e a experiência foi francamente má.
Uma lista bastante pequena (não havia o que o Sebastião refere, como queijo com compota/mel e amêndoas laminadas ou morcela com doce de figo) e, como se não bastasse, não havia metade das coisas.
Um dos queijos que já estava na mesa quando chegámos sabia a bafio e o atendimento, embora não fosse mau, era amador.
Talvez tenhamos tido azar, mas não conseguiremos voltar a experimentar.
Unknown disse…
Obrigado pelo texto! Gostei muito! Remodelamos algumas partes da taberna.
Vanessa acho que não teve sorte. Porque o queijo com amêndoa laminada e a morcela com doce é muito raro não haver... dê mais uma oportunidade e depois diga o que achou.
Madalena

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