Fialho, Évora

Por altura da Pascoa é tradição familiar, quando não vamos "à terra", ir passear por aí. Este ano decidimos voltar a Estremoz, onde todos os Sábados existem duas feiras no mesmo largo, uma de antiguidades e velharias, e outra de tudo o que se possa comer (que pode estar na versão viva ou morta). A visita a ambas as feiras pode ser bastante interessante e lúdica.

Para almoço, decidimos ir experimentar o mui afamado Fialho, em Évora. Este é um daqueles restaurantes incontornáveis, por muitos considerado um dos melhores restaurantes de Portugal, e todos os anos arrecada vários prémios gastronómicos, como por exemplo o  Boa Cama Boa Mesa do Expresso (este ano não foi excepção, garfo de ouro). Por todos estes títulos, pareceu-me ser obrigatória uma visita a tal local sagrado da comida alentejana.

No Fialho existem 3 salas de refeição decoradas à boa maneira alentejana, infelizmente calhou-nos a sala que fica na cave, não que estivesse um dia de sol, mas ter luz natural é uma coisa que me agrada. A sala de entrada também não deve ser de fácil permanência, pois é aí que a grande fila de pessoas espera, além da barulheira é ter pessoas a olhar para o nosso prato com ganas. Por isso, se lá forem recomendo que peçam uma mesa na sala onde fica a casa de banho.

A comida como é óbvio é alentejana, para inicio das hostilidades existem várias entradas na mesa, presunto pata negra, queijo amanteigado, polvo, feijoada, e mais uns quantos pratinhos que praticamente cobrem a mesa. Ouvimos várias pessoas a pedir empadinhas para entrada, devem ser uma especialidade, mas não provamos, isto porque já nos tínhamos entupido com farturas gigantescas, quentinhas e baratíssimas em Estremoz. Comemos apenas o queijo com pão (alentejano), só para ir entretendo.

Os pratos escolhidos foram bacalhau assado no forno com batatinhas e ensopado de borrego. Como prometido estava tudo muito bom, o molho e o pão sabiam mesmo a borrego, e este estava delicioso, desfazia-se e não tinha as gorduras indesejáveis que dão aquele sabor demasiado forte ao borrego. O bacalhau estava também muito bom, apesar de ter ouvido que tinha um pouco de azeite a mais, mas nada que diminuísse a qualidade do prato.

A sobremesa, oh! a sobremesa. Durante a refeição fui ouvindo os empregados a descrever algumas sobremesas e aquilo era música para os meus ouvidos, por isso quando chegou a parte da escolha da sobremesa foi fácil, já estava a salivar por aquela há uma boa meia hora. E então o que era? Algo criado pelos Deuses, ou por bons cozinheiros, Doce de ovos, com cobertura de açúcar queimado, e umas gotas de sumo de limão para cortar o doce. Divinal! E realmente o limão estava lá, sentia-se e cumpria a sua função. 

Um outro ponto forte do restaurante é o atendimento, muito atencioso e simpático, os dois empregados que estavam naquela sala era incansáveis e nunca ficávamos muito tempo sem ser atendidos, mas ao mesmo tempo também não nos pressionavam para nos despacharmos. Conseguiam um equilíbrio muito interessante entre rapidez de atendimento e deixar o cliente à vontade. Alem disso, ambos atendiam todas as mesas da sala, não havia aquela coisa da divisão das mesas, se um estava ocupado, o outro aparecia para nos servir.

Finalmente, la dolorosa, que era uma das minhas principais preocupações com este restaurante e que me manteve afastada até agora, 24 euros por pessoa, com vinho e sobremesas, mas não nos alargamos nas entradas. Este é um daqueles restaurantes que se não se tiver algum cuidado a conta chega rapidamente aos 30 euros pp, principalmente se o grupo for grande. É um pouco puxado, mas vale a pena, nem que seja só uma vez, principalmente porque a comida é realmente muito boa.

Fialho
Travessa dos Mascarenhas, 16 - Évora
Tel: 266 70 30 79 (a reserva pareceu-me muito importante, principalmente se não querem ouvir: só temos mesa às 15h)

Nota: as fotos foram retiradas de http://www.restaurantefialho.com/. Infelizmente as minhas ficaram inutilizadas pois o rolo partiu dentro da Lomo.

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