Fábrica Coffee Roasters, Av. Liberdade






E porque nos locais mais inusitados se fazem descobertas....

...quase no fim das Portas de Santo Antão, bem para lá do cruzamento com a rua do Condes, por entre prédios devolutos e passeios esburacadamente estreitos, fui acompanhando o construir de um apetecível novo espaço, a Fábrica Coffee Roasters.

Para chegar à Fábrica Coffee Roasters basta (a) continuarem a subir as Portas de Santo Antão, para lá da rua do Hard Rock Cafe; (b) descerem a rua a partir da calçada do Lavra; (c) por teletranporte, para isso basta dizerem as palavras Beam me up, Scotty! ao mesmo tempo batendo com os calcanhares um no outro (é a semana dos óscares, não resisti). É impossível não darem conta do espaço, nem que seja por contrastar com a desertificação à sua volta, com a esplanada e o interior do espaço, que a entrada deixa antever, a cativar sobremaneira o olhar e o interesse.

Da primeira vez que passei à porta da Fábrica, esta estava ainda na fase de acabamentos, tendo-me ficado na memória o cheiro intenso a madeira, como se de uma carpintaria se tratasse. Da segunda vez, a Fábrica já estava em pleno funcionamento, embora sem esplanada, mas valores mais alto se levantaram e tive que continuar rua abaixo, aborrecido por não ter entrado e seguido o delicioso aroma a café. Mas à terceira vez não me fiquei apenas pelo passar à porta, entrei mesmo.

Como o tempo não convidava a ficar na esplanada, decidimos entrar. Quando passámos o limiar da porta fiquei contente por não termos ficado na esplanada, o espaço que se abria à minha frente era muito mais interessante do que a rua que deixámos lá fora.

E por falar no espaço interior, não sei muito bem como o descrever. É um mistura de vários materiais, como madeira (muita madeira), metal e tijolo, e elementos decorativos que no fim criam um ambiente heterogéneo, que tem tanto de antigo como de moderno. Senti que tanto poderia estar nas traseiras da avenida da Liberdade como numa Estalagem no meio dos Alpes Suíços ou na Minnie's Haberdashery com o Samuel Jackson sentado a um canto.




O Café é a especialidade, podendo ser bebido no local ou levado para casa, mas existem outras bebidas disponíveis como chá, chocolate quente ou bebidas que envolvem café, igualmente excelentes como pudemos constatar. Na verdade, o chá fez mais sucesso que o capuccino, quer pela qualidade do próprio quer pela apresentação, tanto que havia quem tivesse vontade de levar o bule e a chávena na mala, mas tudo acabou sem peculato.

 
  


Para acompanhar, existe pastelaria variada, sandwiches e saladas. Nós ficámo-nos por um croissant com fiambre e uma fatia de strudel com frutos silvestres, bola de gelado e chantilly. Tudo estava muito bom, mas estávamos tão confortáveis, tão embeiçados pelo espaço que se nos tivessem servido pedras da calçada teríamos achado que estava excelente :-) Pronto estou a exagerar mas o espaço é realmente interessante e diferente do que tem surgido em Lisboa nos últimos tempos, e que eu tenha tido oportunidade de visitar.

 


O atendimento foi simpático mas tem alguma capacidade de se eclipsar deixando no ar a pergunta "Teremos sido deixados em auto gestão?", mas nada que me impeça de voltar uma e outra vez, nem que seja porque pode ter sido azar. E o espaço é tão interessante que eclipsa tudo o resto :-)

Com o tempo quente, que certamente um dia há-de chegar, a esplanada poderá torna-se mais uma razão para se visitar esta pequena pérola escondida no centro de Lisboa. Belo local para lanchar, conversar, ler um livro ou simplesmente estar.





Rua das Portas de Santo Antão, 136, Lisboa

Horário | 2ª a Dom - 9h às 21h








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